Sobre a Revista
A sustentabilidade é um dos assuntos mais discutidos atualmente, envolvendo as mais diversas áreas do conhecimento: das ciências sociais aplicadas às engenharias, passando pelas ciências humanas, exatas, etc.. Não somente, mas principalmente no aspecto profissional, estar ciente e atualizado sobre o tema torna-se cada vez mais importante, no sentido de que cada pessoa precisa reconhecer sua parcela de responsabilidade, do que pode fazer para contribuir, independente do tipo de atividade profissional exercida. A sustentabilidade, nesse contexto, trabalha como um elo social, no qual cada ação individual tem efeito compartilhado por todos.
Tanto no meio acadêmico quanto no industrial, o tema “sustentabilidade” tem sido inserido gradualmente, tornando-se recorrente em treinamentos e capacitações das mais variadas espécies: programas de pós-graduação, cursos de aperfeiçoamento, palestras, simpósios, feiras, eventos, etc.. (LIBRELOTTO et al, 2012). Outra constatação que comprova o aumento do interesse do tema é na quantidade de artigos enviados aos congressos, eventos e periódicos, onde a área da sustentabilidade teve acréscimo considerável nas publicações. Contudo, apesar desse incremento, a compreensão necessária do tema ainda esbarra em dois aspectos interligados: a complexidade dos fatores envolvidos, e o desconhecimento de todas as variáveis e condicionantes interligados. Essa constatação aumenta ainda mais a problemática.
Pela própria definição, projeto é uma atividade complexa, que reúne conhecimentos gerais e específicos de várias áreas, sendo por essência, multidisciplinar. Caracteriza-se pela necessidade de abordagem de diversas áreas do conhecimento, correlacionando fatores estéticos, mercadológicos, financeiros, ecológicos, produtivos e ergonômicos, dente outros (FERROLI, 2009).
O projeto de novos produtos, de acordo com Manzini e Vezzoli (2008) deve, em uma situação ideal, compreender o sistema produto-serviço, não se limitando apenas ao produto físico (definido por material, forma e função). Dessa forma o resultado de um projeto seria um conjunto integrado de produto, serviço e comunicação.
Dentro dessa linha de pensamento os autores destacam que o projeto deve “ligar” o tecnicamente possível com o ecologicamente necessário atuando dentro de quatro níveis de interferência: redesign ambiental de produtos já existentes; projeto de novos produtos para substituição dos atuais; projeto de novos produtos – serviços intrinsecamente sustentáveis; e proposta de novos cenários para um novo estilo de vida sustentável.
Ainda segundo Manzini e Vezolli (2008), no estado atual da atividade projetual, a atuação profissional das pessoas ligadas as áreas projetuais está, quase na totalidade dos casos, restrita aos dois primeiros níveis citados, que, embora útil e necessária, é insuficiente para atingir a sustentabilidade ambiental, garantida apenas pela inclusão dos outros dois níveis. A plenitude representada pela atuação nos quatro níveis é definida como Design for Sustainability. Há, portanto, uma necessidade clara de alteração comportamental na atividade de projeto, passando a enfocar mudanças de paradigmas toda vez que se faz o projeto de um novo produto.
Com isso, uma análise das publicações mais recentes da área projetual mostra que há um consenso entre os autores da área, mostrando que a sustentabilidade precisa ser incorporada na atividade projetual, e que deve ser alicerçada (para que tenha efeito permanente e não apenas esporádico ou superficial), na união das três dimensões básicas: econômica, social e ambiental, conhecida como modelo ESA (LIBRELOTTO, 2009).
Logo, sob esse enfoque, o projeto englobando os preceitos da sustentabilidade passa a ser, senão a única, ao menos a mais relevante solução possível para que ocorra a união entre a filosofia da melhoria contínua com a necessidade cada vez maior da preservação dos recursos naturais, qualidade de vida do homem e ao capitalismo vigente.
O periódico Mix Sustentável apresenta como proposta a publicação de resultados de pesquisas e projetos, de forma virtual e impressa, com enfoque no tema sustentabilidade. Buscando a troca de informações entre pesquisadores da área vinculados a programas de pós-graduação, abrirá espaço, ainda, para a divulgação de profissionais inseridos no mercado de trabalho, além de entrevistas com pesquisadores nacionais e estrangeiros e, também, resumos de teses, dissertações e trabalhos de conclusão de curso defendidos, tendo em vista a importância da produção projetual e não apenas textual.
Tem, portanto, como público-alvo pesquisadores e profissionais da Arquiteura e Urbanismo, Design e Engenharias.
O periódico está dividido em seções, quais sejam:
a) Seção científica – contendo artigos científicos para Socializar a produção acadêmica em forma de artigos científicos, buscando a valorização da pesquisa, do ensino e da extensão.
b) Seção graduação e iniciação científica e pós-graduação: divulgação de Teses, Dissertações e Trabalhos de Conclusão de Curso na forma de resumos expandidos e como forma de estimular a divulgação de trabalhos acadêmico-científicos voltados ao projeto para a sustentabilidade.
c) Seção mercadológica: espaço para Resenhas e Entrevistas (Espaços de Diálogo). Apresenta entrevistas com profissionais atuantes no mercado, mostrando projetos práticos que tenham aplicações na esfera da sustentabilidade. Deverá ainda disponibilizar conversas com especialistas em sustentabilidade e/ou outros campos do saber.
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